O suicídio é um importante problema de saúde pública a nível global. Alguns números da Organização Mundial de Saúde permitem-nos ver a dimensão desta questão:
- No mundo, 800 mil pessoas suicidam-se todos os anos (o que significa 1 pessoa a cada 40 segundos).
- A Europa é a região do mundo com a mais alta taxa de suicídio (14,1 por cada cem mil habitantes).
- Portugal está acima da média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7 por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7 (dados de 2015).
- O suicídio afeta pessoas de todas as faixas etárias, apesar de ser mais frequente nos idosos é a 2ª causa de morte entre os 15-29 anos (a primeira causa são acidentes de viação).
- Por cada suicídio muito mais pessoas fazem tentativas de suicídio ou comportamentos autolesivos, sendo estes dos principais fatores de risco para suicídio consumado.
Quem está em risco?
Existe uma ligação clara entre suicídio e doenças mentais (em particular com a depressão, a doença bipolar, determinadas perturbações de personalidade, abuso e dependência de substâncias). Estima-se que em pelo menos 90% dos suicídios fosse possível diagnosticar uma perturbação psiquiátrica.
No entanto, o suicídio é um resultado de múltiplos fatores, que se associam entre si e que podem levar a este desfecho trágico. No fundo, o suicídio não acontece apenas por uma coisa, mas sim pela combinação de excesso de fatores de risco e défice de fatores protetores.
- Fatores de risco são circunstâncias, condições, acontecimentos de vida, doenças ou traços de personalidade que podem aumentar a probabilidade de alguém realizar comportamentos autolesivos ou atos suicidas. São exemplos: doença mental (não seguida, não tratada); experiências adversas na infância; bullying ou mobbing; baixa autoestima; perfeccionismo e rigidez; sentimentos de desesperança; presença de tentativas de suicídio prévias ou contacto com suicídio ou comportamentos autolesivos de outros.
- Fatores protetores correspondem a características e circunstâncias individuais, coletivas e socioculturais que, quando presentes e/ou reforçadas, estão associadas à prevenção dos comportamentos autolesivos e do suicídio. São exemplos: boa capacidade da resolução de problemas e conflitos; iniciativa no pedido de ajuda; noção de valor pessoal; bons relacionamento familiares; facilidade de acesso aos serviços de saúde; boa inserção sociocultural.
Muito pode ser feito para prevenir o suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa procurar ajuda e cuidados de quem está à sua volta.
Neste contexto destaco uma das mais recentes iniciativas, a “Campanha Setembro Amarelo”. Esta tem como principal objetivo a consciencialização sobre a prevenção do suicídio, alertando a população e as instituições. Iniciada em Brasília em 2014, tem ganho projeção a nível global. Em Portugal, Beja é a primeira cidade portuguesa a promover iniciativas no âmbito desta campanha. Fica aqui o site do facebook: https://www.facebook.com/setembroamarelobeja.
É importante que todos juntemos os nossos esforços para ajudar quem está em sofrimento e para quebrar os mitos e ideias erradas, que tantas vezes impedem as pessoas de serem ajudados efetivamente.
Convido-vos também a visitarem este artigo intitulado: os 10 grandes mitos (ideias erradas) sobre o suicídio e sobre os comportamentos autolesivos.
Abraços para todos
DG 2017
PS: A visitar o site oficial do Setembro Amarelo: http://www.setembroamarelo.org.br
Izabel machado Baptista
24 de Setembro de 2017 at 10:20
Boa, Diogo! Obg pelo resumo dos dados. Afinal, os números tá falam. Bjs, I