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Música e Dopamina

08 Maio

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Já a começar a sentir a necessidade de mexer o corpo? Está a gostar do som? “A curtir” a música?…

Se está a gostar desta música neste momento o seu cérebro estará a libertar um neurotransmissor chamado dopamina.

Um artigo da Nature Neuroscience revela que quando sentimos prazer ao ouvir determinada música existe libertação de dopamina no corpo estriado, um dos componentes relacionados com o “circuito de motivação e prazer cerebral”. Esta libertação de dopamina pode explicar a razão pela qual a música é tão valorizada pelos seres humanos e como esta pode manipular as nossas emoções.

Boas músicas!

Abraço

DG 2013

 

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5 responses to “Música e Dopamina

  1. Ana Gonçalves

    22 de Julho de 2013 at 13:27

    Boa Tarde.
    Quando li a sua publicação mais recente ” A música e o cérebro” onde faz referência a esta publicação e à conclusão de que a música estimula a produção de dopamina, imediatamente me questionei sobre a produção desse efeito em pessoas com esquizofrenia. Sob um ponto de vista biológico, tendo em conta que indivíduos com esta perturbação produzem Dopamina por excesso, serão terapias que envolvem a música uma boa opção? Ou devemos ter aqui em atenção ao estilo de música utilizada? Perspetivo a música como uma mais valia ao nível da expressão de sentimentos, da estimulação cognitiva e do relaxamento ( sempre tendo em conta ao facto da música constituir um interesse do indivíduo, caso contrário será “pior a emenda que o soneto”). Presumo que este artigo se refira a algo mais geral (estarei correta?) De qualquer forma, gostaria de lhe perguntar se possui alguma referência sobre a interação da música como prática clínica em pessoas com esquizofrenia.

    Cumprimentos.

     
    • Reflexões de um Psiquiatra

      22 de Julho de 2013 at 16:41

      Olá Ana,

      Obrigado pelo comentário e pelas perguntas… É muito bom ver o interesse das pessoas sobre algo que se escreve.
      Quanto à questão, existe uma revisão na Cochrane Library (a referência da “medicina baseada na evidência”) sobre isso, que tem a seguinte conclusão: “Music therapy as an addition to standard care helps people with schizophrenia to improve their global state and may also improve mental state and functioning if a sufficient number of music therapy sessions are provided. Further research should address the dose-effect relationship and the long-term effects of music therapy”.
      Ver aqui: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD004025.pub2/abstract
      Eu não li o artigo por completo, mas parece-me prometedor.

      Suponho que o estilo de música tenha alguma influência mas não muita… isso dependerá mais das nossas “memórias musicais”/ “gostos”.

      O artigo em questão é mais no geral, mas olhando para a patologia (neste caso a esquizofrenia), percebo a dúvida relativa à dopamina… As teorias mais antigas reduziam a esquizofrenia a “aumento da actividade da dopamina”, mas hoje em dia sabe-se que é bem mais do que isso. Há vários neurotransmissores envolvidos, numas áreas pode até haver aumento da dopamina, mas noutras existe redução (sobretudo no que se refere aos défices causados pela doença de um ponto de vista cognitivo).

      Eu acho que “dar música” aos doentes poderá ser bom, mas como em tudo “não há receitas mágicas” e sublinho que apesar da evidência apontar no sentido de benefícios, é sempre referido “como adjuvante” ao tratamento… O abandono da terapêutica (apesar das suas limitações actuais) é um problema muito sério na Esquizofrenia e algo difícil de resolver, por isso reforço a ideia da musicoterapia como adjuvante.

      Espero ter ajudado! Um abraço!
      DG

       
      • Ana Gonçalves

        22 de Julho de 2013 at 17:14

        Muito obrigada pela sua resposta! Já tinha lido sobre a influência de outros neurotransmissores mas sobre a dualidade excesso/défice..bem, estou a precisar de atualizar os meus conhecimentos a esse nível! A utilização da música no processo terapêutico será sempre um complemento. Sei que a música por si só não será suficiente para alcançar resultados suficientes que permitam diminuir os défices observados nas áreas afetadas em pessoas com Esquizofrenia (tal como a neurocognição, a cognição social ou o funcionamento social). Efetivamente, consigo perspetivar muitos benefícios da utilização da música no processo terapêutico – quanto mais não seja ao nível da motivação/adesão – e os estudos referem isso mesmo, mas nunca como processo único. Aliás, se falamos no indivíduo como um ser biopsicossocial e influenciado pelos contextos em que se insere, seria um pouco reducionista falar na música como processo de intervenção isolado (maior importância nos casos em que o porquê do desenvolvimento da doença ainda estão por revelar). Quando fala no abandono da terapêutica ao nível da Esquizofrenia, acabo por me lembrar das questões do estigma social e o impacto que esse adquire ao nível do auto-estigma. São questões complexas e que merecem toda a nossa atenção e trabalho (publicidade à parte, não consigo não deixar de falar na Encontrar+Se como um bom exemplo na luta contra o estigma da doença mental grave). Um obrigada pela referência do artigo! Vou ler e se vir algo que contribua para o artigo, publico aqui.

        P.S – Ao falar em memórias musicais lembrei-me de Oliver Sacks. Fica a referência caso não conheça.

        Cumprimentos.

         
      • Reflexões de um Psiquiatra

        22 de Julho de 2013 at 17:21

        Obrigado pela referencia. A Encontrar-se tem feito um fantástico trabalho e merecem ser citados, divulgados, em qualquer lugar!
        Um abc
        DG

         

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