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Estigma da doença psiquiátrica

Hoje recebi este desabafo de um paciente que sigo. 😤

😔 Fiquei triste por ver como alguém, em pleno século XXI, é discriminado de uma atividade por ter “um problema psiquiátrico ”! Certamente que esta “família” é muito tóxica. 😤

👉 Tanto que há a fazer para combater o estigma e a falta de literacia em saúde mental.

📖 No livro que escrevi escrevi “E quando não está tudo bem” tenho um capítulo inteiramente dedicado a este tema.

‼️Não há saúde sem saúde mental. Ajude, não seja um obstáculo.

 

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Qualquer dia teria que ser…

O bicho da moda, há mais de 2 anos, conseguiu apanhar-me. 😔🦠

Irei ficar uma semana em isolamento e, por isso, lá se vão desorganizar as minhas agendas. 😬

Peço, desde já, desculpa pelo inconveniente aos meus pacientes (talvez seja possível gerir algo via teleconsulta, mas, pelo menos até quinta vou ficar “de molho”🤒).

As melhoras para mim, vou cuidar de me recompor rápido 💪🙏.

Abraços a todos.

Diogo Guerreiro

 

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Absurdos do século XXI

Estou totalmente de acordo, cada guerra é um absurdo.

DG 2022

 

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Dias negros que vivemos

O vírus não se importa se estamos fartos dele, se perdemos a paciência, se estamos cansados. E a verdade é que estamos.

Há quase um ano que a Covid-19 nos limita a vida, nos assusta, nos tira o sono, nos cria ansiedade sobre o que acontecerá no futuro. Porventura alguns já terão tido alguns sustos de saúde relacionados com o vírus e, tragicamente, alguns já terão perdido alguém para esta pandemia.

Os números atuais são assustadores. As descrições dos meus colegas da linha da frente são aterrorizadoras. O desespero, o cansaço, sente-se a revolta por darem o seu melhor e nunca ser suficiente. A meu ver, os profissionais de saúde são neste momento os heróis desta situação pandémica… mas custa ver o quão mal tratados são. Quando alguns não cumprem as recomendações e contribuem para agravar as situações impossíveis nos hospitais, achando que os recursos são ilimitados e que todos os profissionais são super-homens e super-mulheres, não imaginam o mal trato que é isto. Os médicos, os enfermeiros, os auxiliares, os técnicos, são humanos como nós! Sofrem com o que vêem, com a pressão a que estão sujeitos, com a catástrofe a que assistem, deixaram de ter férias, pausas, tempos de descanso. Não é possível pedir-lhes mais!

Estamos todos cansados… exaustos… mas o vírus não.

A sensação de “fadiga pandémica” é algo já bem compreendido, que leva a que as pessoas se desleixem nos cuidados que deveriam ter, na preocupação com os outros e, em casos extremos, poderá levar à negação do problema de uma forma irracional. Mas mesmo que neguemos o vírus ele não nos nega a nós, lamento informar.

É crucial nesta fase tomar conta da nossa saúde mental. Só com a cabeça no sítio podemos lidar com este desafio. Já em Março do ano passado achei que isto seria algo muito importante e… contínuo a achar. Neste post “Cuidar da nossa Saúde Mental no tempo do Coronavírus” têm acesso a algumas dicas que sistematizei nesse sentido.

De facto, para além de cuidar da nossa saúde (física e mental), a única coisa que podemos fazer para contribuir para a luta contra a covid é cumprir as regras de saúde pública, por mais que isto nos custe ou nos canse. Só assim, num grande esforço conjunto e solidário, podemos baixar as taxas de infecção, prevenir a mortalidade e ajudar os nossos profissionais de saúde.

Todas as escolhas têm consequências. Pense bem antes de ignorar as medidas de prevenção contra o coronavírus. Proteja-se a si e aos outros! 🧠💪

Diogo Guerreiro

Médico Psiquiatra

#stopCovid19 #AfastamentoFísico #UsodeMáscara #HigienizaçãodasMãos #EtiquetaRespiratória #Sejaresponsável #FIQUEEMCASA

 

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Feliz 2018

Seguem os melhores desejos para esta época festiva. Para alguns esta é uma altura de festa e afetos, para outros altura difícil… mas a mudança do ano lembra-nos que tudo é possível, que tudo está nas nossas mãos. Que guardem alguns desejos de ano novo para decidirem preocupar-se convosco e com os que lhes são mais queridos, para apostar em ter uma boa saúde mental e física – ingredientes indispensáveis para a felicidade.

Continuem por aí e eu continuo por aqui.

Uma boa entrada em 2018!

 
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Publicado por em 29 de Dezembro de 2017 em Sem categoria

 

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Em modo de auto-reflexão

Keep Calm and Love PsychiatryHoje partilho convosco algumas reflexões sobre aquilo que é o meu dia a dia profissional.

Ser médico psiquiatra é algo que me transporta por emoções, histórias e caminhos sempre diferentes. Cada caso que sigo, cada pessoa que conheço, cada situação, leva-me a patamares de conhecimento (e autoconhecimento) pelos quais só posso estar grato.

Nas minhas consultas já vi e ouvi muita coisa. Este é, talvez, um dos maiores privilégios de trabalhar na área da saúde mental, a riqueza de histórias e de experiências a que temos acesso através das pessoas (e das famílias) que me consultam. Talvez isto se deva a um “atraso” na evolução da especialidade (ou não), mas muita da informação que preciso de recolher para tomar decisões médicas só é obtida num espaço de relação intimo entre paciente e terapeuta, para qual é necessário tempo e no qual há pouca interferência de máquinas, computadores ou exames.

Por vezes as situações são complicadas, por vezes são fáceis… Por vezes quase apetece pegar o paciente ao colo, enquanto outras vezes a pessoa que está à nossa frente desperta em nós sentimentos mais negativos… Claro que em qualquer dos casos o psiquiatra (ou qualquer outro terapeuta nesta área) se entrega, embora seja necessário criar o distanciamento emocional (na medida certa) que o doente precisa para se sentir seguro e à vontade na relação. Mas não duvidem que se sente muita coisa, e às vezes, depois de um dia de consultas parece-me que andei numa montanha russa de emoções.

Algumas situações resolvem-se numa consulta, outras precisam de seguimentos de anos. A diversidade é a norma na psiquiatria, daí a necessidade de flexibilidade mental e adaptação na forma de atuação, que faz a diferença entre um seguimento bem sucedido e um insucesso.

Por vezes sou recompensado com a melhor coisa que um médico pode querer… a pessoa melhora, os sintomas desaparecem, a doença fica controlada ou entra em remissão… sentir que se fez a diferença na vida de uma pessoa, que se evitou um suicídio, que o doente voltou a trabalhar, que este já consegue fazer coisas que não conseguia, que alterou comportamentos que o destruíam… é uma sensação maravilhosa!… Há, claro, o “outro lado da moeda”, casos que correm mal, que causam angústia ou em que me sinto impotente para ajudar a pessoa que tenho à frente. Como ser humano que sou… por vezes também falho. Mas tudo são aprendizagens. Afinal todo o caminho leva a algum lado e o acumular de experiências boas, más ou neutras, leva sempre a uma evolução pessoal (e mesmo científica).

Também (algumas vezes) há pessoas que sentem que devem dizer algo sobre o nosso processo terapêutico… recentemente a S., uma doente que conheci há uns anos e cujo o processo foi demorado e cheio de desafios enviou-me o email que transcrevo abaixo (com omissões de dados que a poderiam identificar). Foi um seguimento difícil, com altos e baixos, mas que com um trabalho em equipa entre psiquiatra, psicoterapeuta, família e… claro, a própria, se conseguiu dar “a volta por cima” (algo que nem ela, nem infelizmente outros terapeutas anteriores achavam que fosse possível). A S. concordou que partilhasse o seu testemunho, até porque quando o li achei que poderia servir como uma mensagem de esperança para todos os pacientes que estão a passar por situações difíceis ao nível da sua Saúde Mental.

“Antes de mais peço desculpa por não ter dito nada mais cedo, mas acho que tinha medo de deitar foguetes antes da festa, como se costuma dizer. Após ter falado com o Dr Diogo em novembro, deixei toda a medicação no dia 30 de janeiro deste ano. Foi difícil, pois obviamente tinha receio do que poderia acontecer. Foram muitos anos a tomar medicamentos, mais precisamente 6 anos e nunca pensei que fosse possível deixar, mas enganei-me.

Passados 7 meses estou melhor que nunca, não tenho problemas em dormir, não tenho variações de humor, não tenho qualquer tipo de pensamentos negativos como tinha antes, enfim pareço uma pessoa nova. Quero acreditar que foi só uma fase.

Tenho um trabalho bom, tenho a minha casa, uma relação estável e até tenho um gato. Cada vez penso mais em mim e no meu futuro, especialmente a nível profissional.

Estou muito bem, a nível psicológico estou fantástica, mal me reconheço e estou muito orgulhosa de mim e do que construí, mas nada disto seria possível sem vocês! Um obrigada é pouco! Obrigada por nunca desistirem de mim, por terem estado sempre do meu lado e acima de tudo por terem acreditado em mim!

Tinha de partilhar convosco as minhas conquistas, tive uma má fase mas conseguimos! Agora estou a olhar por mim e pelo meu futuro, espero conseguir grandes feitos e daqui a uns 5 anos começar a ter a família que sempre quis, mas não agora, agora estou a aprender quem sou e estou a adorar!

Mais uma vez obrigada por tudo, do fundo do coração, OBRIGADA!”

Eu é que agradeço a todos os meus pacientes, pela motivação e aprendizagens constantes. Todos os dias com novos desafios, gosto de fazer o que faço, dá-me significado.

Abraços a todos,

DG 2017

 

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Dias tristes neste século XXI

Como há dias uma amiga me disse: “Quem diria que a lacra do século XXI seria o fanatismo religioso? Muito triste”.

Pray for Kenya

 
 

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O génio nunca morre

HH

Adeus Poeta… sem palavras, apenas um elogio de silêncio.

Sobre um Poema

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
– a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

– Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
– E o poema faz-se contra o tempo e a carne.

Herberto Helder

 
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Publicado por em 26 de Março de 2015 em Reflexão geral

 

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A ficar “engripado”… e a propósito: “malditas citoquinas”!

gripeBom, parece que não me escapo… Gosto muito do Inverno, dos dias frios, da chuva, das conversas no interior dos cafés a beber um chá, de estar em casa e ligar a lareira; mas há algo que odeio definitivamente: ficar constipado! (Leitores brasileiros: constipado não é um problema dos intestinos… em Portugal, é síndrome gripal). E hoje começou a atacar forte, lá começam os lenços de papeis a surgir durante a consulta (que mau aspecto), os espirros, o “é melhor não se aproximarem”…

É realmente deprimente estar constipado… e depois, para além do mal-estar provocado pela infecção (e resposta do organismo), que já nos deixa de rastos, e do facto de toda a gente nos parecer evitar, parece que a nossa própria resposta imune leva a sintomas depressivos e ansiosos… Malditos mediadores inflamatórios (também chamados citoquinas ou citocinasninguém sabe bem como se escreve isto em português.)! É por isso normal quando estamos doentes sentirmos maior irritabilidade e ansiedade, assim como retraimento e perda de interesse por atividades… São os “blues das constipações“.

Este estudo publicado no Archives of General Psychiatry fala mesmo disto, reparem na conclusão: “In humans, a mild stimulation of the primary host defense has negative effects on emotional and memory functions, which are probably caused by cytokine release. Hence, cytokines represent a novel target for neuropsychopharmacological research”. É curioso que um dos alvos de futuras medicações na Psiquiatria é o sistema imunitário.

Bom, vamos lá restablecer o stock de lenços de papel…

Abraços

DG 2015

 

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Je suis Charlie

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Como compreender o incompreensível? Como estamos tão evoluídos em determinadas áreas e tão selvagens noutras?

Como é possível entrar num jornal satírico (cujas armas são o humor, a ironia… os lápis) e disparar a matar em 12 pessoas?? E a ferir outras 20 pessoas? (ver notícia aqui). Quem são estas “não pessoas”? Que objetivos senão a pura expressão de maldade? Quem quer calar a liberdade de expressão?

Hoje é um dia triste… Nada justifica matar outro ser humano, nunca.

Nojento, horrível, desumano…

DG 2014

 
 

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