gripeBom, parece que não me escapo… Gosto muito do Inverno, dos dias frios, da chuva, das conversas no interior dos cafés a beber um chá, de estar em casa e ligar a lareira; mas há algo que odeio definitivamente: ficar constipado! (Leitores brasileiros: constipado não é um problema dos intestinos… em Portugal, é síndrome gripal). E hoje começou a atacar forte, lá começam os lenços de papeis a surgir durante a consulta (que mau aspecto), os espirros, o “é melhor não se aproximarem”…

É realmente deprimente estar constipado… e depois, para além do mal-estar provocado pela infecção (e resposta do organismo), que já nos deixa de rastos, e do facto de toda a gente nos parecer evitar, parece que a nossa própria resposta imune leva a sintomas depressivos e ansiosos… Malditos mediadores inflamatórios (também chamados citoquinas ou citocinasninguém sabe bem como se escreve isto em português.)! É por isso normal quando estamos doentes sentirmos maior irritabilidade e ansiedade, assim como retraimento e perda de interesse por atividades… São os “blues das constipações“.

Este estudo publicado no Archives of General Psychiatry fala mesmo disto, reparem na conclusão: “In humans, a mild stimulation of the primary host defense has negative effects on emotional and memory functions, which are probably caused by cytokine release. Hence, cytokines represent a novel target for neuropsychopharmacological research”. É curioso que um dos alvos de futuras medicações na Psiquiatria é o sistema imunitário.

Bom, vamos lá restablecer o stock de lenços de papel…

Abraços

DG 2015

Uma resposta a “A ficar “engripado”… e a propósito: “malditas citoquinas”!”

  1. Avatar de Lucileia Campos
    Lucileia Campos

    Estou apaixonada pelo seu jeito de escrever! Estou lendo tudo.

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Eu sou o Diogo

Bem-vindo ao Reflexões de um Psiquiatra, o meu canto na galáxia da internet, desde 2013. Aqui falo sobre saúde mental, sobre o quotidiano, sobre crises e alegrias. Vou partilhando alguns dos meus pensamentos e tento desmistificar alguns temas da saúde e da doença mental. Sou Médico Psiquiatra, mas também escritor, investigador, pai e marido.

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