Durante o dia, escuto.
Na clínica, recebo histórias marcadas por dor, ansiedade, bloqueios. Pessoas a tentarem viver – com esforço, com coragem, com perguntas difíceis.
Ouço com atenção. Com cuidado. Com estrutura.
Depois escrevo.
Escrevo sobre os mitos que nos limitam.
Sobre as ideias feitas que confundimos com verdades.
Sobre a possibilidade de pensar melhor, para viver com mais liberdade.
E à noite… danço.
Dançar não é fugir do que sou.
É uma extensão de tudo o que sou.
É escuta, presença e relação.
Na kizomba, há silêncio e conexão.
Na salsa, há leveza, ritmo, improviso.
O corpo fala onde as palavras às vezes não chegam.

Às vezes pergunto-me se devia ser mais recatado.
Mais como “antes”.
Mais “contido”.
Mas o que seria da saúde mental sem corpo?
Sem liberdade?
Sem prazer?
A psiquiatria ensinou-me a importância do enquadramento.
A dança, a importância do compasso.
A escrita, a importância de dizer o indizível.
E talvez a saúde mental esteja mesmo aqui:
Entre o rigor e a leveza,
Entre o vínculo e a liberdade,
Entre o pensar… e o sentir.
É por isso que escuto.
Escrevo.
E danço.
Bem-vindo Agosto! 😅
Abraços
Diogo Guerreiro







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