Foi bonita a festa, uma celebração e um momento de união. Ontem na sala de âmbito cultural do El Corte Inglês, foi lançado este meu novo livro.

Como se pode ver pela minha cara, estava muito contente e de coração cheio por ter uma sala cheia de familiares, amigos, colegas, conhecidos e até curiosos desconhecidos.
A apresentação a cargo do Professor Daniel Sampaio foi, como seria de esperar, excelente.

Agradeço muito ao Professor Daniel, que mais uma vez esteve presente num momento importante da minha vida e que é uma daquelas pessoas especiais, que tenho o privilégio de conhecer há duas décadas, e que é colega, mestre, amigo e, acima de tudo, uma fonte inesgotável de inspiração.
A editora Manuscrito deu um acolhimento caloroso a este projeto desde o primeiro dia. Foi um livro recebido de braços abertos, e senti esse entusiasmo em todas as fases da sua escrita e produção. Tive o prazer de contar com a Marta Miranda neste momento de celebração.

E eu também quis deixar algumas palavras, que partilho aqui neste meu espaço:
No início de 2024, decidi escrever um livro novo. Diferente do meu primeiro. Desta vez, não quis abordar doenças ou perturbações específicas, mas sim focar-me num aspeto fundamental para o nosso bem-estar: os bons hábitos de saúde mental.

A saúde mental está finalmente na ordem do dia – e ainda bem! Até há pouco tempo, era um tema tabu, quase um bicho-papão. Consultar um psiquiatra ou um psicólogo era visto como algo negativo. Hoje, apesar dos avanços, o estigma e a desinformação ainda estão demasiado presentes.
E, aquilo que noto, e em que espero que este livro faça a diferença, é que ainda se fala muito pouco sobre a promoção da saúde mental.
É nossa responsabilidade, enquanto sociedade, melhorar a literacia em saúde mental. Afinal, as perturbações mentais são comuns: 1 em cada 4 pessoas enfrentará uma ao longo da vida. Isto não acontece apenas aos outros!
Vivemos numa era que desafia constantemente a nossa saúde mental: stresse contínuo, falta de tempo, a pressão para estar em todo o lado, a desvalorização do ócio, a falta de conexões genuínas e o pouco cuidado que temos com o nosso verdadeiro Eu.
Nesta sociedade das competições, do medo de falhar (como se errar não fosse a melhor forma de aprender), da necessidade de sucesso padronizado (como se cada um não pudesse ter a sua medida de sucesso), das comparações constantes e dos filtros, é difícil ser autêntico. Mas isto é essencial – e outro dos bons hábitos que proponho.
Só quando vivemos de acordo com os nossos valores intrínsecos podemos aceitar quem somos e, assim, ser livres, curiosos, corajosos e criativos.

Ao escrever este livro, procurei ser o mais autêntico possível. Falo das minhas próprias dificuldades, medos e vulnerabilidades. E explico porque considero importante dedicar atenção a estes 18 bons hábitos de saúde mental.
Apesar de parecerem simples à primeira vista, todos tem os seu desafios e nuances, e todos exigem dois ingredientes fundamentais: consistência e paciência.
Este livro tem uma ideia central: é possível através de pequenos hábitos diários, promover uma melhor saúde mental e reduzir as probabilidades de vir a ser 1 dos 4 afetados por uma perturbação mental.
Isto não quer dizer que mesmo aplicando todos estes hábitos o azar não vos bata à porta, mas que a probabilidade será menor, isso será.
Este conceito surge, em parte, da minha prática clínica, em que ouço com frequência crescente as pessoas perguntarem o que podem fazer para além do tratamento médico ou psicológico. E eu fui ganhando o hábito de falar de coisas como o desporto, a alimentação, a higiene do sono, técnicas de gestão do stresse. E fui reparando que cada vez aconselhava mais coisas: voluntariado, experimentar coisas novas, prestar atenção, limitar o tempo de ecrã.

Fui percebendo que, para além de tratar, também precisamos de agir preventivamente.
Mas não só, também da minha experiência pessoal surgem estas perguntas: o que posso fazer para me sentir melhor? Como posso cuidar bem da minha saúde física e mental? Como me posso sentir mais realizado, mais pleno ou mais tranquilo?
Decidi então pôr-me ao trabalho, estudar e escrever neste livro os principais hábitos que fazem bem “à cabeça”, ou seja, à mente, à alma ou ao nosso eu interior. Assim, sistematizei estes 18 hábitos – todos cientificamente validados – e traduzi-os para uma linguagem acessível e prática.
Mas este livro não é apenas para ser lido, mas também para inspirar ação, mudança e a partilha de bons hábitos. Não sei se sabem, mas os hábitos são contagiosos, os bons e os maus.
Como digo na introdução do livro, a mudança começa de dentro para fora. Não espere pelos outros para tomar bem conta de si; dê o exemplo. Lembre-se de que não existe o «momento ideal»; a melhor altura para criar hábitos que promovem o seu bem-estar e saúde mental foi ontem, e a segunda melhor altura é hoje.
Com isto, despeço-me de todos com um desejo sincero: que gostem do livro e que ele vos inspire a cultivar bons hábitos.

Um grande abraço e muito obrigado por estarem aqui!
Diogo Guerreiro








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