Um espaço de pensamento e ideias pessoais acerca de saúde mental, quotidiano, crises e alegrias. Por Diogo Guerreiro, Médico Psiquiatra e autor do livro “E quando não está tudo bem?”.
Hoje recebi este desabafo de um paciente que sigo. 😤
😔 Fiquei triste por ver como alguém, em pleno século XXI, é discriminado de uma atividade por ter “um problema psiquiátrico ”! Certamente que esta “família” é muito tóxica. 😤
👉 Tanto que há a fazer para combater o estigma e a falta de literacia em saúde mental.
📖 No livro que escrevi escrevi “E quando não está tudo bem” tenho um capítulo inteiramente dedicado a este tema.
‼️Não há saúde sem saúde mental. Ajude, não seja um obstáculo.
Eu, pessoalmente, adoro receber livros: romances, ensaios, BD, divulgação científica, tanto faz! É tão bom o cheiro de um livro novo (e não me venham dizer que num tablet é a mesma coisa 🧐)!
📖 Acabei de ler, há alguns dias, o livro do meu colega psiquiatra João Carlos Melo, focado na perturbação borderline.
Gostei de o ler, e achei-o muito completo e informativo, de leitura fácil e sem demasiada linguagem técnica (psiquiatrês 😉).
🚨Alerta para os principais sintomas da doença, para as teorias da sua origem, assim como para a realidade difícil destes pacientes e das suas relações íntimas.
👉 Acho o livro indicado para quem deseja conhecer mais sobre esta doença/ perturbação mental, que tão má fama tem e que está envolta numa série de preconceitos. Para quem dela padece, para quem com ela contacta ou, simplesmente, para aumentar o seu conhecimento sobre saúde mental!
🧐 Fazem falta mais livros destes, sobre as temáticas da saúde mental, envoltas sempre em inúmeros preconceitos. Escritos por profissionais credíveis e acessíveis ao público em geral.
Por vezes é fácil perceber que alguém está deprimido pela sua face, expressões ou postura. 😔🥺
Mas, nem sempre! Muitas pessoas que sofrem de depressão aprenderam a “disfarçar” e tantos utilizam “máscaras” para fingir que “está tudo bem”. 🙂🤨
⚠️ Ora, isto é apenas uma nota para não caírem na tentação de dizer a alguém, que vos diz estar a passar por um mau bocado, algo do género: “Mas tu pareces ótimo… não deve ser assim tão grave…”.
⚠️ Mas também para quem coloca “estas máscaras” eu deixo um conselho: se possível não o façam! Eu percebo as razões que motivam a fazer isto, mas o gasto de energia que é preciso para alguém deprimido por uma cara feliz e/ou agir como se não fosse nada é brutal! E toda a energia que sobra quando se está em baixo, que não é muita, deve ser dirigida para a sua própria recuperação e autocuidado. Baixar a máscara até pode ser útil para as pessoas próximas: para que percebam e possam ajudar.
De vez em quando ele encontra-se comigo, ou eu com ele, numa livraria, numa conversa, num paciente que me pede para o assinar. São momentos em que sinto imensa gratidão por ter tido esta oportunidade e pela recepção tão positiva que tem tido.
É cada vez mais importante que se fale abertamente sobre saúde mental, sobre as alturas em que não está tudo bem, em como podemos prevenir ficar doentes e como ser ajudados de forma eficaz. Acho que este livro é um pequeno contributo para esta abertura, para a discussão aberta de saúde e doença mental e para a quebra de estigmas e preconceitos.
👉 Se já leram, enviem as vossas opiniões, digam se foi útil. Nestas coisas dos livros nacionais é muito importante (e difícil) a divulgação, por isso fico-vos grato se o avaliarem nas plataformas dos livreiros (wook, Fnac, Bertrand, etc.) ou no Goodreads.
Conto convosco para chegar à 3a edição e estarmos todos cada vez mais à vontade e atentos para estes temas. Porque isto da depressão e ansiedade não são situações raras, pelo contrário!
Não há saúde sem saúde mental. 🧠💪
Abraços 🙏
Diogo Guerreiro
📖 “E quando não está tudo bem? Como (re)conhecer e agir na ansiedade e na depressão”, publicado em Dezembro de 2021 pela Ego Editora. Com prefácio do Professor Daniel Sampaio e ilustrações do Luís Santos.
O meu livro “E quando não está tudo bem: como (re)conhecer e agir na ansiedade e depressão” já está na sua segunda edição!
Parece que esta boa recepção traduz a necessidade de compreenderemos o que é isto de estar ansioso ou deprimido e, sobretudo, de como reagir perante estas situações, assim como encontrar formas de prevenir e de saber como lidar.
Fico contente com este sucesso e com o facto de poder ajudar as inúmeras pessoas que contactam com estes problemas.
É com imenso prazer que divulgo o lançamento do livro que escrevi, intitulado: “E quando não está tudo bem? – Como (re)conhecer e agir na ansiedade e na depressão”.
Foi um desafio que me deu muita satisfação (e trabalho também) e que espero que vos desperte o interesse. Lançado pela Ego Editora (a quem agradeço a confiança), contando com as ilustrações de Luís Santos (um grande amigo) e com o prefácio do Professor Daniel Sampaio (uma das minhas grandes referências).
Uma das mensagens principais do livro é esta: É possível ficar bem, mesmo quando se passa por uma fase em que “não está tudo bem”.
Deixo-vos o índice, para ficarem com ideia do “esqueleto” do livro:
Prefácio – “Escuridão visível” 1. “E quando não está tudo bem?” – uma introdução 2. Saúde mental e bem-estar 2.1. Porque é tão difícil falar sobre saúde e doença mental? 2.2. Mente sã em corpo são 3. E quando ficamos ansiosos? – a ansiedade 3.1. “Não consigo respirar!” – a Perturbação do Pânico 3.2. “Perto disso, nem pensar!” – as Fobias Específicas 3.3. “O que é que vão pensar sobre mim?” – a Fobia Social 3.4. “Estou sempre nervoso.” – a Perturbação de Ansiedade Generalizada 3.5. “Não consigo evitar…” – a Perturbação Obsessivo-Compulsiva 3.6. “Fui ao Inferno… e ainda não voltei.” – a Perturbação Pós-Stress Traumático 4. E quando ficamos deprimidos? – a depressão 4.1. “Será só tristeza?” – a Depressão Major 4.2. “Aos altos e baixos.” – a Doença Bipolar 5. Prevenir a doença mental 6. Tratar a doença mental 6.1. Como se tratam as Perturbações de Ansiedade e a Depressão? 6.2. Os medos e a realidade das consultas de psiquiatria 6.3. Como ajudar alguém com doença mental 7. Autolesão e suicídio – conhecer os sinais, saber o que fazer 8. Umas Palavras finais
Ao longo da minha escrita tive dois grandes objetivos: querer que o leitor fique com uma noção mais realista do que são estas perturbações mentais (tentando ao máximo desmontar alguns dos mitos mais frequentes) e criar uma noção de empoderamento relativa à área da Saúde Mental (é possível fazer muito pelo nosso bem-estar mental, é possível criar bons hábitos, prevenir a doença e tratar as situações clínicas).
Espero, sinceramente, que gostem do que escrevi, mas mais do que isso, espero que esta minha partilha seja útil e, quem sabe, possa trazer uma maior tranquilidade em alturas mais desafiantes.
Já passaram uns bons meses desde a última vez que escrevi aqui no blog… Tem sido um ano agitado, com muito trabalho e algumas atribulações. E, na realidade, a escrita sobre estes temas da saúde mental não tem parado; apenas assumiu uma nova forma.
Ao longo de vários meses tenho dedicado o meu tempo, entre consultas e família, à escrita de um livro focado nas temáticas da ansiedade e da depressão (mas não só!). Espero seja publicado em breve e que seja útil para as pessoas que se confrontam com estas questões, tão prementes nos dias de hoje.
Escolhi um título algo provocador “E quando não está tudo bem?”. Evocando aquela clássica pergunta “está tudo bem?”, que todos os dias fazemos quando cumprimentamos alguém, mas que raramente esperamos que seja respondida com sinceridade. Por vezes não está tudo bem, especialmente quando se está a lidar com problemas de saúde mental (nossos ou de outros que nos são queridos).
É tão importante estar à vontade para falar dos momentos em que não se está bem, tanto como das alturas boas. Todos somos seres humanos, todos temos momentos de fragilidade e vulnerabilidade. Mas, na prática, muitos de nós agem como se mostrar este nosso lado fosse algo vergonhoso. Não é! Partilhar os nossos problemas com alguém é um ótimo passo para resolvê-los. Pedir ajuda quando não está tudo bem deve ser encorajado e não visto como um sinal de fraqueza… a meu ver, é algo muito corajoso.